Official Journal of the
Brazilian Society of VideosurgeryISSN: 1983-991X
Ano 2 - Vol. 2 - Suplemento 1 - Dezembro 2009« PDF file »
IX Congresso Brasileiro de Videocirurgia
SOBRACIL - BH 200918 a 21 de abril de 2009
Minascentro
Belo Horizonte - MGTrabalhos Científicos
Área:
TRAUMA
Apresentação: Poster
258 - REVISÃO DE CONDUTAS NO TRAUMA PENETRANTE DA ARTÉRIA AXILAR
LEANDRO AVELAR VAZ RESENDE
RESUMO
INTRODUÇÃO: O trauma vascular do segmento áxilo-subclávio associa-se com uma alta incidência de morbidade pré e intra-hospitalar justificando-se pela associação na maioria das vezes com trauma proximal dos vasos subclávios, trauma de tórax, lesão de plexo braquial e a complexidade de acesso vascular das lesões. OBJETIVOS: Revisar a literatura especializada, analisando o trauma penetrante da artéria axilar e discutir as diferentes condutas realizadas na fase aguda. MÉTODO: Os principais livros-texto referentes à cirurgia do trauma e cirurgia vascular em nosso meio, além dos diversos trabalhos publicados foram consultados, comparando as diversas condutas explicitadas e analisando as possibilidades aplicáveis a cada paciente. DISCUSSÃO: A complexidade funcional dos membros superiores (MMSS) é acompanhada também pela complexidade anatômica. A precocidade no diagnóstico dos traumas é valiosa devido ao aumento da morbidade no tratamento das lesões ocultas, levando em consideração que a história clínica é essencial para avaliação da gravidade. Entretanto em até 40% dos pacientes com trauma da artéria axilar há a presença de pulsos distais palpáveis, mostrando que o exame físico não é fidedigno. O primeiro exame não invasivo a ser realizado é o Doppler linear que determina a pressão. O mapeamento dúplex possui alta sensibilidade, especificidade e precisão. A indicação da arteriografia deve ser feita de forma criteriosa, pois trata-se de um método invasivo e pode apresentar resultado falso-positivo, quando realizada indiscriminadamente.Na grande maioria, apenas uma incisão supra e/ou infraclavicular é necessário para a abordagem da artéria axilar, e de acordo com o tamanho da lesão, o controle proximal da artéria subclávia também se torna necessário.A freqüente associação com lesões venosas e linfáticas, trauma de partes moles e lesões neurológicas, são fatores que tornam o tratamento mais complexo; e devem serem abordados, visto que estão presente em 50% dos casos de traumatismo dos MMSS. As lesões que são determinadas como mínimas não necessitam de tratamento cirúrgico, diversos autores recomendam a observação de lesões arteriais isoladas em pacientes assintomáticos. Já a ligadura simples da artéria subclávia ou axilar deve ser realizado somente nos casos em que a instabilidade hemodinâmica ou a presença de lesões concomitantes, impeçam a revascularização. É consenso que a maioria dos ferimentos complexos requer a reconstrução com enxerto. Diversas lesões traumáticas podem se corrigidas por técnicas endovasculares. Todavia, o tratamento endovascular do trauma em tais artérias tem um resultado pior. Atualmente com técnicas minimamente invasivas, pode-se corrigir lesões agudas ou crônicas, evitando uma cirurgia. CONCLUSÃO: O tratamento das lesões vasculares traumáticas causadas por projétil de arma de fogo é essencialmente cirúrgico, mas deve ser individualizado, levando-se em consideração as possibilidades aplicáveis a cada paciente. É necessário adquirir experiência com o tratamento endovascular das lesões vasculares traumáticas para validar sua eficácia em longo prazo.
Apresentação: Tema e Vídeo livre
259 - TRATAMENTO VIDEOLAPAROSCÓPICO DE LESÃO VESICAL INTRAPERITONEAL POR TRAUMA ABDOMINAL CONTUSO
GUILHERME AUGUSTO ALVES DO CARMO; PEDRO ROMANELLI; RICARDO HISSASHI NISHIMOTO; MÁRCIA CRISTINA BRUGNARA; CAROLINA REIS DE SOUZA MAIA; IGOR CÉSAR DUTRA DE SOUSA;
RESUMO
Traumatismo vesical é uma ocorrência incomum nos traumas abdominais contusos. A localização da bexiga dentro da pelve promove proteção relativa às lesões traumáticas. Entretanto, repleção vesical ou fratura pélvica são elementos que predispõem a ocorrência de lesão vesical. Apresentamos vídeo de paciente de 47 anos, sexo masculino, vítima de trauma automobilístico com contusão abdominal de 12 horas de evolução. Encontrava-se estável hemodinamicamente, com defesa involuntária em região supra-púbica e sem diurese desde o trauma. Sondagem vesical evidenciou urina hematúrica, tomografia computadorizada de abdome visibilizou grande quantidade de líquido em cavidade abdominal e espessamento de parede súpero-lateral direita da bexiga. Devido à suspeita de lesão vesical, paciente submetido à cistografia que evidenciou extravasamento de contraste em cavidade abdominal. Optado por tratamento cirúrgico pelo acesso laparoscópico de lesão intraperitoneal de bexiga. Em posição de Trendelenburg moderado, inserido trocarte de hasson infra-umbilical por técnica aberta. Realizado pneumoperitônio e passagem da câmera por esse portal. Inseridos trocarte de 10mm entre a cicatriz umbilical e crista ilíaca ântero-superior direita e trocarte de 5 mm entre cicatriz umbilical e crista ilíaca ântero-superior esquerda sob visão. Videolaparoscopia visibilizou grande quantidade de líquido na pelve e lesão vesical de parede súpero-lateral direita. Demais vísceras abdominais estavam intactas. Lesão rafiada com vicryl 3-0 em 2 planos com pontos contínuos. Fechamento testado com introdução de 250 mL de soro fisiológico pela sonda vesical de demora, sem extravasamento. Posicionado dreno de Portovac pélvico e mantida a sonda vesical de demora. Tempo cirúrgico de aproximadamente 90 minutos. Paciente evoluiu sem intercorrências no pós-operatório. Dreno de Portovac retirado no 3º dia de pós-operatório, após drenagem de menos de 50 mL/12 horas e alta hospitalar no 4º dia de pós operatório. Feita nova cistografia no 8º DPO, que não evidenciou extravasamento de contraste. Sonda vesical de demora retirada nesse dia sem intercorrências. Cicatriz cirúrgica reduzida e de aspecto satisfatório.
Apresentação: Poster
260 - MANEJO LAPAROSCÓPICO DE RUPTURA VESICAL POR TRAUMA ABDOMINAL CONTUSO
GUILHERME AUGUSTO ALVES DO CARMO; PEDRO ROMANELLI; RICARDO HISSASHI NISHIMOTO; CAROLINA REIS DE SOUZA MAIA; IGOR CÉSAR DUTRA DE SOUSA
RESUMO
Traumatismo vesical é uma ocorrência incomum nos traumas abdominais contusos. A localização da bexiga dentro da pelve promove proteção relativa às lesões traumáticas. Entretanto, repleção vesical ou fratura pélvica tornam mais factível a ocorrência de lesões. Sabe-se que a bexiga tem sua superfície posterior e a cúpula recobertas pelo peritônio. Dessa forma, a ruptura vesical pode ser extra ou intra-peritoneal. No primeiro caso, o tratamento geralmente é realizado, de forma segura e efetiva, com drenagem vesical, através de sondagem vesical de demora ou cistostomia. No segundo caso, o tratamento proposto convencionalmente é cirúrgico, com rafia da parede vesical por acesso laparotômico. Videolaparoscopia diagnóstica e terapêutica vem ganhando espaço no trauma. Atualmente, diversos centros de trauma no Brasil e no mundo utilizam a técnica no trauma abdominal. A videolaparoscopia não modificou a abordagem inicial do tratamento politraumatizado, mas evitou que pacientes fossem submetidos a laparotomias desnecessárias. Uma revisão de 1900 pacientes politraumatizados submetidos à laparoscopia evidenciou que foi evitada laparotomia em 63% dos casos. Os primeiros a usar a laparoscopia no trauma foram Gazzaniga e Carnevale. O método, porém, deve ser restrito a casos selecionados. Nesses casos, existem vantagens da técnica em relação à laparotomia como a diminuição da morbi-mortalidade pós operatória, diminuição do tempo de internação, diminuição do numero de laparotomias negativas e não terapêuticas, melhor visibilização da cavidade peritoneal, menor sangramento e melhor efeito estético. Em 1994, Parra relatou o primeiro caso de reparo de ruptura vesical por laparoscopia. A partir daí, muitos relatos de caso vem demonstrando a viabilidade dessa técnica, desde que haja rigorosos critérios de seleção e profissionais experientes.
Apresentação: Tema e Vídeo livre
261 - TRATAMENTO LAPAROSCÓPICO NO TRAUMA ABDOMINAL FECHADO
LETÍCIA M. MAGALHÃES; RENAM C. TINOCO; AUGUSTO CLAUDIO A. TINOCO; MARLLUS BRAGA SOARES; RICARDO BRASIL M. NUNES; RODRIGO DA COSTA AMIL; LUIZ GUSTAVO TINOCO
RESUMO
A abordagem cirúrgica nos traumatismos abdominais fechados sofreu grandes mudanças na virada do século. A videolaparoscopia e o tratamento conservador dos traumas ganham espaço importante na abordagem desses pacientes. Serviços especializados em videolaparoscopia avançada conseguem tratar algumas lesões com a mesma segurança da via aberta, reduzindo a morbidade e o tempo de internação. O grande desafio no setor de emergência é poder tratar conservadoramente o trauma abdominal fechado baseado num bom protocolo pré-estabelecido, não hesitar em indicar uma laparotomia e poder utilizar a via laparoscópica em casos bem selecionados. . Neste vídeo, vimos apresentar três casos de trauma abdominal fechado. Um de lesão traumática diafragmática, um de lesão traumática de bexiga intraperitoneal e outro de lesão traumática esplênica, onde todas as lesões foram reparadas por videolaparoscopia. Concluímos que a videolaparoscopia é um tratamento seguro e eficaz, em casos selecionados, naqueles pacientes que se encontram hemodinamicamente estáveis após trauma abdominal fechado.
Apresentação: Tema e Vídeo livre
262 - AVALIAÇÃO PROSPECTIVA DO USO DA VIDEOCIRURGIA (LAPAROSCOPIA/TORACOSCOPIA) NO TRAUMA TORACOABDOMINAL E NAS LESÕES DIAFRAGMÁTICAS
BRUBO VAZ DE MELO; ALEXANDER MAGNO CORRDEIRO; PAULO SILVEIRA; LUCIANA FLACH; EDUARDO KANAAAN
RESUMO
INTRODUÇÃO: O uso da Videocirurgia(Laparoscopia/Toracoscopia) em Trauma vem crescendo muito nos, últimos anos. Há 18 meses foi criado O Grupo de Cirurgia do Trauma(GCT) no HMLJ que passou acompanhar os pacientes vitimas de trauma realizando neste período 7 procedimentos de Videocirurgia nos traumas penetrantes toracoabdominal. OBJETIVO: Avaliar a experiência inicial do GCT no uso da Videocirurgia nos pacientes vitimas de Trauma penetrante na região Toracoabdominal. MÉTODOS: Analise prospectiva dos pacientes submetidos ao procedimento de Videocirurgia. Todos pacientes apresentavam estabilidade hemodinamica. Foi avaliado os aspectos: Indicações, Eficácia do Procedimento, Taxa de Conversão ,tipo de lesões (principalmente na avaliação da lesão diafragmatica) Complicações e Mortalidade relacionada ao método. RESULTADOS: Neste período (18 meses) foram acompanhados 266 pacientes vitimas de trauma. Destes, 36 pacientes apresentavam trauma na região Toracoabdominal, sendo 25 lesões penetrantes. A videocirurgia foi ultilizada em 7 pacientes. 2 procedimentos laparoscópicos e 5 procedimentos por Toracoscopia. A grande maioria dos outros pacientes foram tratados por laparotomia. Na Videocirurgia a lesão de diafragma foi identificada em 5 pacientes (4 tratadas por videocirurgia). Conversão foi realizada em 2 pacientes (1 laparotomia, 1 Toracotomia). Não houveram complicações e mortalidades relacionados a Videocirurgia. CONCLUSÃO: Apesar da pequena serie de pacientes, a videocirurgia (Laparoscopia/Toracoscopia) no Trauma parece ser um procedimento seguro e factível. Houve uma incidência alta de lesão diafragmática (70%) e complicações e mortalidades nulas relacionadas ao método.
Apresentação: Tema e Vídeo livre
263 - O USO DA VIDEOLAPAROSCOPIA NO MANEJO DO PACIENTE VÍTIMA DE TRAUMA
MIGUEL PRESTES NÁCUL; JOSÉ GUSTAVO OLIJNYK; FABRÍCIO LUÍS SAVEGNAGO; OTÁVIO CUNHA; GUILHERME BEHREND SILVA RIBEIRO; LAURA MOSCHETTI
RESUMO
OBJETIVOS: Avaliar a utilização da videolaparoscopia no manejo do paciente vítima de trauma através de série de casos atendidos pelo Serviço de Cirurgia do Trauma do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre (HPS). MÉTODO: Foram analisados retrospectivamente 177 prontuários médicos e descrições cirúrgicas de pacientes vítimas de Trauma submetidos à videolaparoscopia no HPS, durante o período de outubro de 1997 a setembro de 2008. RESULTADOS: Dos 177 pacientes, 159 (89,8%) sofreram trauma abdominal penetrante (TAP) e 18 (10,2%) trauma abdominal contuso (TAC). A idade média foi de 26,5 anos e os homens corresponderam a 87% dos casos. Nos TAP, a VLP foi indicada nos casos de FAB (responsável por 77,4% dos TAP) quando havia penetração duvidosa, lesão em transição toracoabdominal ou indicação duvidosa de laparotomia; nos casos de FAF (responsável por 22,6% dos TAP), as indicações foram trajeto tangencial e casos selecionados de lesão em transição toracoabdominal. Nos TAP, a região mais lesada foi o abdome superior, com 36,3% dos casos. Os tempos cirúrgicos médios nas VLP por FAB e FAF foram, respectivamente, 75 e 87min. A VLP foi terapêutica em aproximadamente 20% dos casos de TAP, e evitou a laparotomia em aprox. 70% dos casos. O tempo médio de internação foi em torno de 4 dias. Complicações maiores incluíram um choque hemorrágico por lesão de veia ilíaca comum não diagnosticada à VLP e um caso de óbito no grupo dos FAF que evoluiu com BCP e reintervenção. Nos TAC, o acidente automobilístico foi o principal agente, seguido da agressão interpessoal. As lesões localizaram-se em 76% dos casos difusamente no abdome anterior. A VLP foi indicada nos pacientes hemodinamicamente estáveis com exames de imagem evidenciando líquido livre sem lesão de víscera sólida. Nas VLP por TAC, os principais achados transoperatórios foram hemoperitônio (61,1%), lesão esplênica (27,8%), hepática (22,2%) e de intestino delgado (22,2%). A VLP foi diagnóstica em 8 e terapêutica em 2 pacientes, evitando laparotomia em 8. O tempo cirúrgico médio foi 95min. O tempo médio de internação foi de 7 dias. Não houve nenhum óbito. CONCLUSÃO: A VLP mostrou ser um método diagnóstico e terapêutico eficaz. Mais de 50% dos pacientes se beneficiaram da não realização de laparotomia. Seu uso exige instrumental adequado e equipe com experiência em cirurgia do Trauma que possua formação em videolaparoscopia, devendo ser realizado em Serviços estruturados para tratamento de tais pacientes.